Maradona: Jodagor supremo, treinador medíocre.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009


Maradona deve acordar e tantar morder a própria orelha todos os dias. Ele sabe que Dunga deu certo e virou treinador. Ele, não. Não houve liga com a nova função. Não se transformou, muito menos se transformará, em técnico de verdade. Essa constatação, cruel para quem vive de sua belíssima história (em campo) e do seu ego faminto, deve maltratar demais Maradona. E por isso ele fez da coletiva pós-jogo um convite ao extravasamento, à truculência contra jornalistas e até para frases ameaçadoras. Maradona, no fundo, acha que por ter sido o jogador que foi, pode cometer qualquer bobagem como comandante de uma prancheta. Não é bem assim. Ele que puxa-sacos de plantão. Jornalista de verdade não lhe interessa.

Há jornalistas sérios e responsáveis e outros levianos e ridículos. Maradona pôs todo mundo no mesmo saco. E esqueceu de que sua trajetória como treinador foi horrorosa. Sem direção, sem sentido, sem planejamento. E cheia de vaidade. Brigou com Riquelme. Ignorou Cambiasso. Aborreceu Zanetti. Expôs Messi. Escancarou com sua falta de tino tático a fragilidade de sua defesa. Maradona ainda acha que ser treinador é beijar uma bandeira e apelar para o orgulho nacional. Meu caro, Diego: ser treinador é fazer um time jogar bola e ser organizado em campo.

Nunca houve isso. Maradona convocou 81 jogadores para 13 jogos. Maradona jamais repetiu uma escalação. Maradona perdeu de 6 a 1 para a Bolívia. Maradona chegou a convocar 40 jogadores de uma só vez. Maradona não deu certo. E, pior para os argentinos, depois da classificação heróica, é bem provável que ele continue à frente do time para a Copa. Ainda mais depois daquele showzinho particular no Centenário. No futebol, alguma truculência ainda faz sucesso. Nem tudo avança no mundo da bola. Nem os modos, nem a boa educação. Muito menos a verdade.

Texto de Maurício Noriega.

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