O outro lado da moeda - Capítulo VI

terça-feira, 18 de maio de 2010

Demorou mas chegou!
A série mais comentada e elogiada do nosso blog está de volta com um capítulo inédito. Boa leitura!

Vingança.

Me chamo Albert Smith Pan Rudverson, mas você deve me conhecer por outro nome. Todos conhecem o final da minha história, mas deixe-me esclarecer o início de tudo. Tive a infância dos sonhos de todo garoto. Filhos de pai pescador, eu e meu irmão vivemos nossa infância em meio a praias incríveis, barcos, pescadores, piratas, sereias e turistas. Éramos como carne e unha, inseparáveis. Só não concordávamos em um único assunto: éramos apaixonados pela mesma garota. Ela morava em Londres, mas sempre vinha passar o verão no Sul com a família e os irmãos. Foi no meu aniversário de 12 anos que ganhei o primeiro beijo da minha amada. Foi sem dúvida o melhor dia da minha vida. Explodia felicidade. Claro que ver meu querido irmão de cara amarrada toda vez que estávamos juntos, me doía a alma. Ele não digeriu aquela escolha. Mudou comigo. Mudou com todos. Foi no início de um verão ensolarado que ele sumiu. Dizem que se envolveu com uma feiticeira da região. O fato é que quando voltou, trouxe consigo o tal feitiço. Coisa perigosa, magia das trevas mesmo. Demorei um certo tempo para perceber o efeito do ocorrido. Com os anos fui percebendo a grande mudança. Os anos passavam pra mim, mas de alguma forma meu irmão conseguira que ele, minha garota e os garotos de nossa turma de infância permanecessem sempre jovens. Imagine você o que é ver sua vida se esgotando, seu corpo envelhecendo a cada dia, e notar que as pessoas amadas a sua volta permanecem jovens, belas, divertidas, crianças. Eu não pude suportar. Entrei em depressão. Tentei suicídio algumas vezes. O máximo que consegui foi uma mão devorada por um velho crocodilo. Tomei de assalto o velho Jolly Roger, um barco pesqueiro que vivia ancorado no antigo porto, e sumi rumo a imensidão azul. Já fazem 40 anos que vivo em alto mar. Estou voltando pra casa. É hora de enfrentar o meu passado. Hoje sou um velho pirata cheio de sede por vingança. Preciso recuperar a minha Wendy, enfrentar meu velho irmão, quebrar o tal feitiço e reencontrar minha felicidade. Não tenho família, não tenho compaixão, não tenho medo. Tudo que tenho é um grande sentimento de vingança, meu velho e temido barco, minha tripulação e meu já enferrujado gancho.

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